terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Ano novo, tempo de balanço?

Todos os anos antes de começar o novo ano ou no final do antigo, tenho feito um post com o balanço do ano anterior e perspectivas para o próximo. Antes de começar este post fui reler o que escrevi no ano passado e achei curioso o meu sentimento.

2015 foi um ano morno e não consegui perspectivar nada para 2016.
2016 foi um ano de montanha russa que começou mal mas acabou com a nossa vida organizada, como há muito tempo não estava.

No entanto e talvez por há muito tempo não sentir a vida organizada ainda não tive tempo para saborear esse facto. E o medo de a destabilizar novamente é tanto que não me permito ainda sonhar.

Hoje, ao ler um post num outro blog que falava de mudança de vida, percebi que não sou a única com este sonho. Eu já sabia que não era mas não há muita gente a verbalizar esse sentimento. Mas depois de tantos anos, depois de tantos projectos, depois de tantas tentativas efectivas de mudança, confesso que estou cansada. Perdi a coragem até de me meter em trabalhos extra e projectos extra. Nem os consigo imaginar. Os meus dias são passados neste momento no meu trabalho remunerado que não é o ideal mas é o que eu tenho, com a família e alguns amigos. Vou-me entretendo com alguns grupos do facebook como o paleo descomplicado (a ultima moda) e com algum desporto no meu ginásio de eleição o Vivafit Linda a Velha. Até a vontade de correr se sumiu este ano, coisa que o ano passado andava no auge.

Continuo a achar que há mais qualquer coisa que me está destinada mas não consigo ver mais além. 

Continuo a achar esta sensação esquisita de não ter objectivos nem projectos extra.

Tenho tanta vontade de voltar a acreditar que vou ter um futuro profissional mais feliz e mais realizada.

Não sei o que o ano 2017 me reserva. Estamos no inicio e não vejo nada. E também não faço por mudar. Estou literalmente encostada à boxe a ver os dias e as horas a passar. E nem a esperança de me cair qualquer coisa em cima eu tenho pois já deixei de ter essa ilusão.

No outro dia, em conversa com uma amiga referi-lhe isso mesmo. Que neste momento tinha desistido e que me tinha mentalizado que esta seria a minha vida. Ela disse que também tinha feito isso com grande tristeza. Somos assim tão comodistas? Temos assim tanto medo de arriscar? Queria dizer que não mas a realidade é outra.

Se calhar temos de nos mentalizar com a nossa realidade e sermos na mesma felizes dentro dela. A vida é mais do que um trabalho, uma profissão. Será?