sexta-feira, 15 de julho de 2016

PORTUGAL !!! VIVA PORTUGAL!!!!

Tanto tempo sem vir cá. Inadmissível. Eu que gosto tanto de escrever. Perguntavam-me há pouco se tinha abandonado os meus blogs. Não. Não abandonei nenhum deles. Mas, para escrever e escrever bem é preciso estar inspirada. Não gosto de escrever só por escrever. Isso faço-o nas paginas do facebook em 3 linhas ou um parágrafo.

Mas pronto, depois de mais uma pergunta... " e os teus blogs?" achei que era altura de, pelo menos fazer o merecido post sobre Portugal.

Portugal conseguiu no domingo dia 10 de Julho o feito de ser campeão europeu de futebol. Algumas pessoas, por variadas razões consideram que este feito não é nada de especial. Mas será mesmo que não é nada de especial? Como se explica então esta felicidade imensa que sentimos no peito naquela noite a 10 de Julho? Como se explica o facto de terem saído à rua milhões de pessoas por todo o mundo simplesmente para festejar? Eu acho que não se explica. Sente-se apenas. Eu sou sportinguista e lembro-me do quanto fiquei contente quando o meu sporting foi campeão há uma série de anos atrás. Demasiados anos. Fiquei mesmo contente. No entanto, nos anos em que não fomos campeões não fiquei nada triste. Sou franca. Passou-me mesmo ao lado. Mesmo este ano que tivemos ali a um passo de ser. Faltou apenas um danoninho. 

Com Portugal tem sido diferente. A probabilidade de sermos um dia campeões de qualquer coisa era ínfima. Parecia uma coisa completamente inatingível. A única vez que senti que estivemos mesmo perto foi no Euro 2004 e vibrei. Se vibrei com aqueles jogos. Acreditava que seria aquele o nosso ano. Lembro-me do jogo da Grécia e no que senti quando perdemos a final. Foi a 1ª e única vez que chorei copiosamente por causa de um jogo de futebol. Foi uma tristeza enorme que se abateu em mim na altura e lembro-me que fiquei triste vários dias. Mesmo em anos seguintes noutros campeonatos, a tristeza de termos perdido aquele Euro 2004 esteve sempre presente. Tinha sido uma festa linda. A nossa festa. Depois disto habituei-me a perder. De cada vez que ficávamos para trás, ficava triste mas era a vida. Até este ano. 

Este ano os jogos do Euro começaram como todos os outros jogos com Portugal. Sem emoção. Confesso que me ria quando o Fernando Santos dizia que só vinha para casa dia 11 com a taça. Não acreditava. Não acreditei. Via os jogos com aquela incrédulidade e mesmo quando passávamos à fase seguinte, pensava sempre. Olha, passámos... que estranho. Foi só quando passámos às meias finais que pensei que talvez... apenas talvez pudesse ser o nosso ano. Mas depois, o meu marido dizia-me também ele incrédulo, que do outro lado haviam de nos calhar a França e a Alemanha e nós nunca tínhamos ganho à França. Continuei sem acreditar, embora no fundo, bem no fundo, a esperança tivesse a dar sinal de si.

No dia do jogo, pensámos em ir ver fora. Mas como estávamos muito cansados, tinha sido um fim de semana cheio de eventos, acabámos por ficar em casa. Mais uma vez a incredulidade ganhou pois se eu tivesse mais fé não tínhamos ficado em casa a ver o jogo.

O jogo foi, como todos os outros pouco emocionante. E, como todos os outros (com excepção de um) com direito a prolongamento 0-0. Tudo indicava que se iria resolver em penaltis. Um desatino. Sem Cristiano Ronaldo, a equipa ia fazendo o que podia. Jogaram bem na 2ª parte, mesmo sem golos foi talvez dos melhores jogos que vi. Mas foi no prolongamento que tudo se resolveu, inesperadamente com um golo de Éder. Pulei instantaneamente do sofá, saltei e gritei e bati palmas. Se eu tivesse uma buzina ali, tinha lhe dado forte e feio na buzina, pois só me apetecia gritar. Mas ainda faltavam alguns minutos para o final... demasiados. Já não me consegui sentar. Fiquei a andar de um lado para o outro atrás do sofá e de cada vez que a bola se aproximava da nossa baliza eu tremia. Comi os minutos com os olhos à espera do apito final e quando apitaram.... quando apitaram saltei, saltei, saltei. 

Corri a ir buscar os cachecóis que nem me tinha atrevido a tirá-los do saco, não fosse dar azar. Pedi ao meu marido para irmos para a rua apitar. Sim... tudo isto era eu... sozinha. O meu marido estava feliz, sim mas sem exageros. Vi-o mais feliz (muito mais feliz) quando o seu Benfica foi campeão e bi campeão. Os meus filhos olhavam para mim boquiabertos e resolveram que não queriam ir festejar. Queriam ir para a cama dormir. E eu olhava para eles e dizia... não podem! Vocês não podem ir dormir hoje! Já! Temos de ir festejar. 

Mas era eu e 10.999.997 pessoas. 3 pelo menos, que estavam ali à minha frente, estavam imunes à festa. Se calhar havia mais pessoas imunes mas também há quem diga que não somos 11 milhões mas sim 14 milhões de portugueses.  Agora, aquelas 3 pessoas à minha frente não estavam a vibrar como eu. Aquelas 3 pessoas vibraram mais com o Benfica do que com Portugal. E eu pergunto. Como é possível isto? Que haja pessoas que não ligam a futebol, nem a seleções, respeito. Claro que há e também conheço algumas. Ainda assim, acredito que mesmo essas pessoas tenham ficado mais felizes do que estas 3 que vi a minha frente.  Eu não entendo como se pode considerar a vitória de um clube, mais importante do que a vitória de uma seleção de Portugal a nivel europeu. Não percebo, pronto.

Eu fiquei feliz. Eu ainda estou feliz e já passaram 5 dias. Eu também me sinto campeã europeia. Vá-se lá perceber estes sentimentos. Eu fui para a rua festejar e gritar. Eu vi a seleção passar aqui na rua, no autocarro dos campeões e voltei a gritar e festejar. Acho isto ENORME! 


Acho estas vitórias ENORMES. Tal como também acho enorme as medalhas que os nossos atletas portugueses trazem para casa nos eventos desportivos europeus, mundiais e olimpicos. E vou ver e vibrar com os nosssos atletas agora nos jogos olimpicos e torcer que também eles tragam medalhas para Portugal. 

Viva Portugal! Viva os nossos atletas!! E viva todos os portugueses que apoiam as suas equipas e atletas e torcem para que Portugal, este cantinho à beira mar plantado seja um país enorme reconhecido pelos seus feitos. Dá-nos a todos um bocadinho de esperança de sermos melhores. E a vontade de vencermos. Porque se eles conseguiram concretizar um sonho. Nós também conseguimos. 

VIVA PORTUGAL!