quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Viver a vida a caminho dos 40 anos




A caminho dos 40 anos sinto-me cada vez mais realizada. Como pessoa, como mãe, como mulher. Sinto que aos poucos a minha vida vai voltando a sair do casulo em que se encontrava em banho maria desde que fui mãe. 

É natural. Ter filhos é uma missão que embora seja tremendamente compensador, é também extremamente absorvente e absorve-nos de tal modo que durante uns anos andamos meio abananados sem saber muito bem qual o nosso objectivo neste mundo além de criar os nossos filhos. No nosso caso esse sentimento foi ainda maior pois toda a nossa energia foi canalizada para 2 bebés que de repente vieram ao nosso mundo e que passaram a depender completamente de nós. E 9 meses não nos preparam para esta reviravolta das nossas vidas. Nem com o bebé mais doce e calmo do mundo, estamos livres da nossa vida parar durante um ou mais anos para vivermos para eles, mesmo que o façamos inconscientemente.

Mas estar no casulo também não é mau, por isso não falo nisto no sentido depreciativo da coisa. É muito estimulante vivermos cada dia, cada aprendizagem daquele ser tão pequeno e indefeso. A nossa vida não morre enquanto estamos no casulo. Estamos em constante aprendizagem também e a realizarmo-nos enquanto mães. É por isso que nunca ninguém se arrepende de nada nesta fase. Faria tudo igualzinho. É também por isso que as famílias continuam a ter mais filhos, o segundo, o terceiro e por aí fora. Porque o tempo de casulo nunca é tempo perdido.

Depois os filhos vão crescendo e nós vamos crescendo com eles... enquanto pais, enquanto marido e mulher, enquanto pessoas. Vamos tornando-nos pessoas cada vez mais ricas e cheias. E vamos conseguindo respirar um bocadinho mais fora do casulo, até porque os nossos filhos também vão eles próprios ganhando asas para sair do casulo. E o mundo cá fora continua igual, as pessoas mais velhas mas mais experientes, mais sábias, tal como nós. E aos poucos vamos nos reencontrando com tantos outros casais que ao mesmo tempo ou em tempos diferentes, também sairam do casulo. Outros amigos que continuam com as suas vidas boémias e outros que estão a experienciar neste momento a fase casulo.

Não me assustam os 40 anos, bem pelo contrário. Aguardo com expectativa por eles. Foram 40 anos muita bem vividos e com muito boas (e más mas produtivas) experiências.

Sinto-me feliz com a vida que escolhi. Com a pessoa que escolhi para partilhar a minha vida, com os amigos que me rodeiam, com os filhos que gerei.

Hoje, sou uma melhor pessoa do que era há 10 anos atrás e até do que era o ano passado. A isto se chama crescer... e não se pense que o crescimento acaba aqui.

A vida é uma constante aprendizagem que nos enriquece e nos faz crescer todos os dias.

E cada vez adoro mais viver!




1 comentário:

Carla disse...

Olá Rita!
Adorei este post!
Há tanto tempo que não vinha aqui...gostei de saber que está tudo a rolar! Como estão os miúdos?

Também fiquei curiosa sobre o livro das gémeas, não conhecia o livro nem a autora. A Lesley Pearse já é mais conhecida...

Um beijinho, fica bem!