sexta-feira, 10 de julho de 2009

Marley e Eu Vs Zorba e Eu

Esta semana vi o filme Marley e Eu. Já tinha lido o livro que achei absolutamente fantástico e maravilhoso e foi com curiosidade que vi o filme. Devo dizer que o filme foi uma tremenda desilusão. Não souberam captar o sentimento que se tem ao ler o livro. O filme, ao contrário do livro, foi bastante superficial. Deu para dar umas poucas gargalhadas e deitar uma lagriminha no fim mas nada que se compare à verdadeira revolução interior que se deu no meu corpo ao ler o livro.

Aconselho vivamente a lerem o livro como se nunca tivessem visto o filme pois não se vão arrepender.







Comecei a ler o livro na minha 1ª gravidez e parei quando abortei, precisamente na altura em que a dona do Marley no livro também tinha abortado. Era chocante ler e aperceber-me das inumeras coincidências entre a minha vida com o Zorba e a vida daquele casal com o Marley. Pura coincidência eu sei mas talvez por isso o livro me tenha marcado tanto.



O Marley seria com toda a certeza um primo do meu Zorba, um labrador preto com cerca de 1 ano de idade que adoptei e que esteve comigo durante 3 anos. O Zorba foi um companheiro, um amigo, doido varrido mas amoroso como ninguém. Com ele vivi situações que me deixaram a chorar desalmadamente ou a rir compulsivamente. 3 vezes se perdeu, 3 vezes foi encontrado, 2 delas pela policia... sim porque cada vez que ia de férias com ele, acabava por ficar a conhecer a esquadra da policia que por vezes podem não encontrar os ladrões mas para encontrar o meu cão foram 5 estrelas. Depois de chorar rios de lágrimas o meu coração transbordava de alegria quando via aquele doido de lingua de fora todo contente no banco de trás do carro da policia. Também o Zorba, tal como o Marley, foi expulso da escola de comportamento pois desencaminhava os outros cães, além de que não podia ver uma cadela que corria atrás dela feito doido. Foi o unico cão, segundo o treinador, que conseguiu pular uma vedação com cerca 1,20 metro por causa de uma cadela. Daria um optimo cão de agility se não fosse doido. Era epilético e toamava medicação diária para prevenir os ataques. Perdi a conta aos móveis que ele roeu, à roupa interior que comeu, aos cintos de segurança que estragou. E o engraçado era que passado umas semanas evacuava toda a porcaria que tinha comido, e era quando me apercebia onde tinham ido parar as coisas. E foi com o coração nas mãos que acabei por dá-lo a um casal amigo quando tive o acidente de automóvel. Mas foi mais forte do que as minhas forças. Daria um outro livro excelente as minhas aventuras com ele.



Nunca mais quis saber como estava o Zorba. Quero pensar que está bem, continua bem e feliz e mais feliz do que era cmg. Não me perdoava se soubesse que algo de mal lhe tinha acontecido. Se quero ter outro cão? Para já não... nos proximos anos não... um dia mais tarde... bem mais tarde... quem sabe?



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